Hoje o trio de presidentes, da República, da Câmara e do Senado, concedeu entrevista coletiva para dizer, entre outras coisas, que jamais lhes passou pela cabeça anistiar o caixa dois. Jamais! Onde já se viu a malta imaginar algo tão sórdido partindo deles!!!!
O neoCunha, nosso viajante Rodrigo Maia, estava lá, pianinho, como se não tivesse rompido madrugadas essa semana tentando encontrar uma alternativa que melasse o relatório do deputado Onyx Lorenzini.
Nosso coronel alagoano, dono do Senado, doze indiciamentos à espera de avaliação do STF, também esbanjou cara de pau. Logo ele que garantiu ao Rodrigo Maia que votaria a pauta em caráter de emergência tão logo fosse marretada pela Câmara. Imagine se ele iria atentar contra a emenda anticorrupção. Nunca!
E Michel Temer estava lá, no centro da mesa, muito mal acompanhado, para dar explicações. Não fosse ele um prisioneiro da inércia, ou do mal da ação tardia, que deixa a água ferver para tomar uma atitude, nem precisaria estar ali. Tivesse anunciado que vetaria qualquer tipo de anistia ao caixa dois há algumas semanas, já teria contido a volúpia desesperada dos deputados e o ímpeto das ruas sendo aquecido perigosamente nas redes sociais. Tivesse demitido Geddel alguns dias antes, teria impedido a formação de outro tsunami político sob a sua gestão.
Mas ele é do tipo que espera para ver. E com isso, vai queimando rapidamente o escasso combustível de um governo naturalmente fraco, apesar do apoio de grande maioria no Congresso.
Na próxima terça, mediremos o grau de desfaçatez da Câmara. Será que os deputados insistirão no murro em ponta de faca? É possível. Mas o recuo do trio parada dura foi inequívoco. Para quem não acredita que vociferar nas redes sociais não faz diferença, mais um contra exemplo. O barulho ecoa na imprensa em tempo real e assombra a politicalha…
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Victor Loyola
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