Um país que recorre a personagens do passado para projetar seu futuro não corre o risco de dar certo. FHC e Lula pertencem aos livros de história. O nome do primeiro, um ancião de 85 anos protagonista do final do século XX brasileiro, foi ventilado como solução para um mandato tampão, caso o governo Temer não terminasse, parte de um conjunto de suposições destemperadas para vender manchete. O Jararaca, esperança perene do petismo moribundo para sobreviver, ainda não se deu conta de que os capítulos finais de sua biografia preenchem páginas policiais e não políticas.
É verdade que as alternativas à sucessão de Michel Temer não são inspiradoras. Todos são figurinhas carimbadas, velhos conhecidos que já fracassaram em seus sonhos presidenciais e que perambulam pelo noticiário na esperança de abraçar uma nova chance.
Caras novas já nos trouxeram surpresas desagradáveis em passado recente e distante. Fernando Collor, ‘o caçador de marajás’ alagoano, surgiu em um ambiente de insatisfação com o ‘status quo’ muito semelhante ao de hoje, imerso no cenário de candidaturas bastante fragmentado. Eram 11 com alguma relevância. Fez uma gestão desastrosa, e o impeachment selou seu destino. Vinte e quatro anos depois, nossa Pinóquia, vendida à população como gerentona, novata na política, também foi impichada 5 anos após sua primeira eleição, depois de ter conduzido o Brasil à pior recessão de sua história. A novidade, como vimos, tem seus riscos.
Entre protagonistas dos livros de história, velhacos conhecidos da política tradicional e alguma novidade arriscada, que ainda não conhecemos, o quê você prefere? Eu prefiro a novidade. Temos dois anos para encontrá-la. Incrivelmente, o Brasil ainda não foi capaz de virar a página, insiste em chamar o passado de futuro.
Vire a página, Brasil. Vire logo!
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Victor Loyola
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