A imagem da semana não será a do ex-bilionário, ex-mecenas carioca, ex-provedor do presidiário Cabralzinho nos tempos de bonança e hoje foragido da Justiça. Essa história ainda renderá frutos e outras situações hão de surgir que valham uma menção mais detalhada.
Ao norte do equador, na terra do consumo e das oportunidades, o sapão alaranjado das américas começou o seu mandato exagerando na retórica teatral. Decretou a construção do afamado muro na fronteira com o México, envolveu-se em rusgas com o presidente Peña Neto, disse que o México pagaria pela obra, o que foi imediatamente negado por Peña. O sapão falou então que faria os mexicanos pagarem através de aumento de impostos de importação. Alguém lembrou o boquirroto que isso encareceria substancialmente os produtos para os americanos e ele teve que voltar atrás e dizer que encontraria alguma outra maneira de fazer os mexicanos pagarem. Trump ainda dará muitas declarações para as quais terá que se desdizer, pois fala sem conhecimento de causa e trata seu novo trabalho como se fosse a rotina de um reality show. Essa sucessão de pataquadas com o México, por si, não constitui a imagem da semana. Fronteiras não são locais de livre trânsito. A construção do tal muro tem mais efeitos simbólicos que práticos: refletem o pensamento isolacionista do novo mandatário da Casa Branca.
A imagem da semana está relacionada à sua canetada proibindo a entrada de cidadãos de sete nacionalidades nos EUA, incluindo aqueles já detentores de ‘green card’, sob a justificativa de prevenir ataques terroristas. Também segregará muçulmanos dentre os candidatos a refugiados. Já há histórias de famílias que foram separadas pela medida, pois não são poucos os moradores dos EUA barrados ao voltar de viagem. A argumentação trumpetista mais uma vez é fraca, já que nenhum cidadão dos países afetados cometeu qualquer tipo de atentado nos EUA desde que a era do terror foi inaugurada em 11/09/01. A segregação religiosa nos traz lembranças amargas, remete-nos à Alemanha nazista, onde um líder populista megalomaníaco foi o precursor de 60 milhões de mortes. Seria o sapão um novo cruzado?
O mais incrível é ver que ele ainda tem apoiadores, que mais celebram a derrocada democrata do que a vitória do ogro. Para eles, vale a agenda liberal. Mas desde quando uma agenda liberal está alinhada ao protecionismo ensadecido alaranjado? Seu ideário econômico mais se parece com a estratégia dilmista que arruinou o Brasil…
O mundo deveria estar em alerta. O sapão alaranjado das américas tem potencial para causar grandes danos, e pela extensão do poder e influência dos EUA, os efeitos colaterais poderão ser sentidos em todo o planeta.
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Victor Loyola
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