Estamos a pouco mais de um ano das eleições presidenciais, e a única certeza que existe nesse momento é que o vencedor(a) precisará do PMDB para governar, partido que está enraizado e organizado em todos os rincões do Brasil, um saco de gatos que abriga uma fauna absolutamente diversa, desde um quase alienígina Jarbas Vasconcellos a um neo-madurista Roberto Requião, passando por Padilhas, Temers, Moreiras, Renans, Sarneys, Jucás.
Com um pouco de esforço, um ‘pmdbista de renome’ pode ser encontrado em qualquer estado da federação. Em uma Câmara com índice de renovação entre 30-40%, é óbvio prever que o partido deve construir a maior bancada do Congresso, indispensável a qualquer mandatário que deseje ter uma vida legislativa mais fácil.
As moedas de troca são conhecidas. Eminência parda em todos os governos desde o fim do regime militar, o PMDB está em toda parte, desde as nomeações das estatais que sugam dinheiro público aos escândalos de corrupção. Camaleão ideológico, navega à esquerda e à direita sem qualquer constrangimento.
Pouco acostumado em ser o maior protagonista de um governo, como ocorre hoje quando ocupa o Palácio do Planalto, o partido não terá problema em retornar ao estágio de principal coadjuvante, e muito menos em mudar de lado e ser cooptado por um adversário vencedor.
Fala-se muito nos candidatos A,B ou C e pouco nas certezas da próxima gestão: o PMDB será sua parte integrante e influente. Ele é o retrato fiel da política brasileira: pragmático, adaptável e corrupto. Obtendo dezenas de milhões de votos nas eleições proporcionais, receberá o mandato dos eleitores para continuar a ser o que é. O PMDB jamais largará o osso. E a população tampouco vai tirá-lo dele…
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Victor Loyola
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