A imagem da semana bem poderia ser uma frase: ‘Ganhei, mas não usei’. Deixou guardado.
Segundo os delatores, o cardeal petista Jacques Wagner costumava ganhar relógios caros de presente da Odebrechet. O modelo Hublot, representado na foto acima, custa a bagatela de US$ 20mil, ou quase R$ 90mil, o preço de um carro. Foi esse que o petista deixou na garagem, ou melhor, na gaveta.
Ainda segundo a delação, Wagner acertou doacões de R$ 25 milhões entre 2006 e 2014. Uma farra.
É o símbolo da sem-vergonhice que tomou conta do Brasil. Quem está no mundo corporativo sabe que presentes acima de R$ 200-300 constrangem o beneficiário e são alvo da área de Compliance. As empresas não se atrevem a fazê-lo, para não gerar esse mal estar.
Mas a Odebrecht não se intimidou em presentear um governador com um mimo tão caro. Fosse o receptor um homem honesto, a reação seria incontestável: ele o devolveria. Mas vivemos em tempos em que homens públicos ganham salários e propinas milionárias, como se fosse a situação mais normal do mundo.
Seu Jacques, enquanto guarda seu carro na gaveta, rascunha discursos contra as ‘zelites’. Ele é do time dos ‘defensores do povo’. E tem gente que acredita nessa converda fiada…
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Victor Loyola
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