O plano de Lula para fugir da prisão e governar o Brasil

Lula sabe que será condenado em primeira instância, em mais de um processo onde é réu. Fará o que estiver ao seu alcance para procrastinar as sentenças, pois o seu problema maior não é a primeira condenação, e sim a sua confirmação pelo TRF, que determinaria sua prisão.

Quanto mais tempo levar para as primeiras sentenças serem proferidas, menor é a probabilidade do TRF julgar o caso antes das eleições em 2018. Estima-se que o tribunal leve de 12 a 18 meses para apreciar o recurso. Sabemos que nossa justiça é naturalmente lenta, e não faltariam chicanas da defesa lulista para atrasar o julgamento.

Nesse ínterim, o ‘santo homem’ estaria a pleno vapor em campanha eleitoral, alegando que foi condenado sem provas e que se trata de um perseguido pela justiça. Esse discurso já é adotado desde hoje, quando prega que nada sabe e nada viu, a cada denúncia que é confirmada por delatores, antigos aliados.

A primeira batalha do Marechal Jararaca será perdida. Sua provável condenação deve ocorrer em breve. Mas é uma batalha, e não a guerra. A essa altura, não lhe resta outra alternativa senão partir para o confronto.

A segunda batalha será travada no STF: pode um condenado se candidatar a presidente? Em decisão recente, a suprema corte determinou que um réu não pode estar na linha sucessória da presidência da república. Pela lógica, é mais grave ser condenado do que réu, e nessa interpretação, o primeiro também não poderia candidatar-se ao Planalto. Mas, alto lá, o STF não tem fornecido qualquer tipo de segurança jurídica e não há consenso para essa tese. Recentemente, o ministro Marco Aurelio, um dos maiores falastrões da corte, posicionou-se favoravelmente à candidatura de um condenado Lula.

Vejam então o cenário reservado ao Brasil: um condenado pela justiça, popular e populista, vai passar o tempo inteiro em campanha, criticando o judiciário e batalhando para manter sua candidatura viva no STF, contando com a lentidão do TRF em apreciar seu recurso e com a grande mídia para lhe manter em evidência.

Se perder a batalha no STF e for impedido de se candidatar, fatalmente será preso após decisão do TRF, que costuma confirmar a maior parte das sentenças do juiz Sérgio Moro. Um trágico desfecho para a alma mais honesta desse país.

Se vencer a batalha no STF e tiver a lentidão do TRF a seu favor, o Marechal Jararaca terá passe livre para se candidatar e enfrentar a derradeira batalha para vencer a guerra: a das urnas. Não se iludam com as pesquisas a 18 meses do pleito que lhe concedem favoritismo, elas não tem muita serventia. Sabemos, entretanto, que será uma eleição bastante pulverizada, com vários candidatos, sendo muito provável a ida do Jararaca ao segundo turno, pelo seu contingente de seguidores fiéis. Teríamos então uma eleição definida entre Lula e um anti-Lula, qualquer que seja ele(a).

Se chegarmos a esse estágio, o país estará com os nervos à flor da pele, as redes sociais entrarão em ebulição, e a campanha virulenta de 2014 será brincadeira de criança perto do que testemunharemos. Jararaca elevará o tom e amplificará o ‘nós x eles’, reviverá os seus tempos de governo e apagará da memória o fracasso monumental de dona Pinóquia, que levou o Brasil à pior recessão de sua história. Fará pouco caso de sua condenação, alegará ser um injustiçado perseguido e na pior das hipóteses adotará o discurso rasteiro do ‘rouba, mas faz pelos pobres’.

Entretanto, não terá vida fácil. Mesmo ainda sendo um encantador de desinformados, o santo homem não é sombra do que já foi, perdeu inúmeros admiradores, decepcionados com seu entreguismo ao capital e com as diversas denúncias de corrupção que o perseguem. Aliado a isso, não terá a seu favor a máquina pública, nem o latifundiário tempo de TV que obteve comprando partidos de aluguel em 2010 e 2014. Precisa de 70% dos votos no Norte e Nordeste e 40% dos votos no Centro Oeste, Sudeste e Sul para triunfar, em um ambiente onde sua rejeição tende a aumentar com a campanha, e não diminuir. A batalha das urnas seria a mais difícil de todas para o Marechal.

Caso consiga superá-la, as ações em trânsito contra si seriam interrompidas e ele então assumiria a presidência, podendo trazer para o ministerio o séquito de corruptos denunciados pela Lavajato e ainda não condenados em segunda instância. Quem sabe até não nos brindaria com uma certa mulher sapiens em alguma pasta importante. O Brasil mergulharia em um longo, tenebroso e sombrio inverno. Se o pesadelo Dilma nos custará uma geração, imagine o que seria uma segunda gestão Jararaca…

Mas para que esse pesadelo se materialize, o Marechal precisa vencer duas árduas batalhas. É improvável que obtenha êxito, mas ele não desistirá. Sua resiliência é diretamente proporcional ao estrago que causará ao Brasil, que precisa urgentemente desapegar-se de seu passado e olhar para o futuro, que insiste em não chegar, por enquanto.

7 Comments
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7 Comentários

  1. clarice soares

    6 de maio de 2017 em 13:01

    Gostei de seu blog. Espero que não tenha nenhum apagão de criarividade e que também não surte, por favor!

    1. Victor

      6 de maio de 2017 em 13:26

      Clarice, se o Jararaca voltar a ser presidente, provavelmente surtarei…??

  2. Izabel Vidigal

    6 de maio de 2017 em 14:18

    Gostei muito do seu texto, mas você esqueceu de mencionar o risco do camarada lula ganhar a eleição através das urnas, que sabemos são facilmente manipuladas.

    1. Victor

      6 de maio de 2017 em 14:50

      É um risco. Mas ele não tem mais a máquina sob seu controle.

  3. Sirlei Oda Sartori

    6 de maio de 2017 em 17:11

    Victor seja bem vindo!

  4. Silvia Tirado de Oliveira

    15 de julho de 2017 em 07:04

    Parabéns pelo texto! Perfeito! Meu estômago não surporta tanta imundíce! Nojo!

    1. Victor

      16 de julho de 2017 em 00:13

      Obrigado, Silvia. Somos dois com problemas estomacais causados por essa corja…

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